De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar Contínua – Turismo (PNADC Turismo), divulgada no último dia 12, constatou-se que os turistas do centro-oeste viajam principalmente dentro da própria região. A pesquisa investigou os hábitos e rotinas de viagem dos brasileiros em 2019. Seus dados compõem um panorama detalhado do número de viagens realizadas, motivos para viajar, meios de transporte mais utilizados, locais de hospedagem, principais destinos, entre outros aspectos, com base em dados dos últimos três meses em relação à pesquisa, que foi realizada de julho a setembro de 2019.
No total, a pesquisa registrou 21,4 milhões de viagens realizadas no Brasil em 2019 (contando apenas aquelas em que houve pelo menos um pernoite). A grande maioria delas foi nacional (96,1%). Apenas 3,9% das viagens registradas foram internacionais. Na comparação nacional, o sul-mato-grossense ocupa o décimo oitavo lugar no ranking dos brasileiros que mais viajaram em 2019, em 931 mil domicílios de Mato Grosso do Sul alguma viagem houve em 24,9% deles, ou seja, em 232 mil domicílios alguém da família viajou.
Em âmbito regional, o Centro-Oeste foi destino de 8,4% das viagens nacionais realizadas em 2019. Isso corresponde a aproximadamente 1,7 milhão de viagens e faz da região a penúltima mais procurada pelos viajantes brasileiros, à frente apenas da região Norte, destino de 1,6 milhão viagens em 2019, ou 7,9% do total. A região mais procurada foi o Sudeste (39,5% das viagens), seguido pelo Nordeste (27,8%) e Sul (16,5%), segundo aponta a pesquisa.
Em Mato Grosso do Sul, a pesquisa registrou 311 mil viagens no mesmo período, sendo que 98,7% delas (ou seja, 307 mil) foram nacionais e apenas 1,3% (5 mil viagens) foram internacionais. Entre viagens nacionais e internacionais, 86,8% (ou 270 mil) ocorreram por motivação pessoal e 13,2% (42 mil) por motivação profissional. Por outro lado, os moradores de 699 mil domicílios sul-mato-grossenses não realizaram viagens no período investigado. Do total, 43,2% não viajou por falta de dinheiro (302 mil domicílios), 24,7% por falta de tempo (173 mil domicílios) e 13,9% por não ter necessidade (97 mil domicílios). Destaca-se ainda as demais motivações em que, 3,7% por não ser prioridade (26 mil domicílios), 3,7% por problemas de saúde (26 mil domicílios), 8,5% por não ter interesse (60 mil domicílios) e 2,3% por outros motivos (16 mil domicílios).
Os dados da PNADC Turismo mostram que as viagens intrarregionais compuseram a maior porcentagem das viagens realizadas em 2019 em todo o Brasil. Em geral, os brasileiros preferiram viajar ou dentro de seu próprio estado, ou para estados da mesma região. O Centro-Oeste não foi exceção. De um total de 1,6 milhão de viagens registradas pela pesquisa, 1,1 milhão aconteceram dentro da própria região, o que corresponde a 64,9% do total. A segunda região mais procurada pelos viajantes do Centro-Oeste foi o Sudeste (16,4%), seguida pelo Nordeste (9,8%), Norte (4,6%) e Sul (4,3%).
O carro (particular ou de empresa) foi o meio de transporte principal utilizado em 60,7% de todas as viagens realizadas por moradores de Mato Grosso do Sul em 2019, o que representa 189 mil viagens, apontando um hábito de viagem já praticado, e que com a pandemia será uma tendência na retomada das atividades turísticas, visto que pesquisas apontam que assim que os viajantes se sentirem seguros para a realização dos deslocamentos, estes, serão caracterizados por viagens curtas, para visitar parentes e/ou amigos e para a prática de lazer de baixa densidade de visitação. Característica essa em que o Mato Grosso do Sul se encaixa, visto que as atividades turísticas no Estado não se caracterizam como turismo de massa.
Já o avião foi utilizado em 26 mil viagens, ou 8,3% do total. Foi um valor menor do que o dos ônibus de linha, que levaram viajantes em 12,8% das viagens no Estado (40 mil viagens). Essa foi uma tendência também averiguada nos dados nacionais. Em 2019, as pessoas que viajaram no Brasil utilizaram mais o carro (46,6% do total) do que o avião (15,3%). Em todo o Brasil, os ônibus de linha representaram 16,0% das viagens registradas.
Cerca de 16% dos moradores do estado que viajaram ficaram em hotéis ou flats. Isso representa 131 mil viagens de um total de 311 mil registradas na pesquisa. Os dados demonstram que, no período investigado, a grande maioria dos viajantes de Mato Grosso do Sul optou por pernoitar na casa de amigos ou parentes. Foram 175 mil viagens nessa categoria, ou seja, 56,2% do total. Já os dados nacionais indicam valores semelhantes: em 47,3% das viagens realizadas (ou 10,1 milhões), os viajantes se hospedaram na casa de amigos ou parentes; em 17,3% dos casos, ou 3,7 milhões de viagens, a hospedagem foi em hotéis ou flats.
MAS O QUE O SUL-MATO-GROSSENSE MAIS PROCUROU EM 2019 NO QUE DIZ RESPEITO ÀS VIAGENS DE LAZER?
Entre as viagens declaradamente de lazer, a PNADC Turismo averiguou quais os tipos de lazer foram os mais procurados em 2019. De acordo com a pesquisa, em Mato Grosso do Sul, 35,5% das pessoas viajaram à procura de cultura, o que representa 16 mil de um total de 45 mil viagens registradas. A categoria Natureza, ecoturismo e aventura ficou em segundo lugar, com 15 mil viagens, ou seja 33,3% do total. Já os resultados nacionais indicam Sol e Praia, como o motivo de lazer mais procurado, com 34,3% do total de viagens por lazer registradas na pesquisa, contra 27,2% da segunda categoria Cultura. Já a categoria Natureza, ecoturismo e aventura ficou em terceiro lugar, com 25,6%.
Fonte : https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html?=&t=resultados